o som baixou. a música mudou.
a calmaria chegou e a ressaca passou.
sempre sinto isso quando venho pra cá.
parece que eu saio da vida que eu tinha e assisto de fora.
junto algumas peças quebradas. limpo aquela sujeira jogada pra de baixo do tapete e tudo fica claro.
ela não é essa fortaleza toda que aparenta ser.
ela é decidida. mas as vezes decide o contrário do que queria e depois descobre que decidiu o inverso do que era. mas ela decidiu.
ela não sabe esperar. ela pensa e faz.
ela fala. tudo ela prefere falar.
ela é transparente demais pra ficar esperando e guardando aquilo por dentro.
que seja pra fora, que seja em forma de desenho, que seja em cores, que seja como ela decidir naquele momento.
ela não gosta de rótulos. ela decide como vai chamar. e chama. e foi. ainda é. sei lá se um dia será.
na quinta série ela leu aquela frase e nunca mais esqueceu.
faz sentido até hoje.
existem pessoas que entram na nossa vida por uma razão, por um momento ou por uma vida inteira. mas todas tem seu papel.
ela aprendeu muito com você. incluindo os outros significados de apenas uma cor.
ela nunca mais vai ver o azul igual antes.
ela me disse que conversar com você existia sempre uma harmonia.
ela mesma se descobriu algumas vezes no meio dessas conversas.
um pouco de você deixou nela e um pouco dela deve ter ficado em você.
afinal, ela queria um pouco da sua rotina e você sempre quis sair da rotina com ela.
se outro autor escrevesse essa história faria um final diferente.
quem sabe um dia vocês se encontram e discutem sobre esse fim. vocês tem boas ideias juntos.
ou quem sabe vocês apenas mudem de cor.
ps: ela odeia rosa.